PCP analisa resultados eleitorais

CDU mais forte<br>para intensificar a luta

Or­ga­nismos de di­recção do Par­tido aos mais va­ri­ados ní­veis estão a ava­liar os re­sul­tados das elei­ções le­gis­la­tivas e a de­finir as li­nhas de acção ime­di­atas.

Os de­pu­tados da CDU vão cum­prir os com­pro­missos que as­su­miram

A Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto su­bli­nhou que, no dis­trito, a CDU al­cançou todos os ob­jec­tivos a que se propôs, tendo, re­la­ti­va­mente a 2011, au­men­tado 3800 votos, re­for­çado a sua ex­pressão elei­toral em todos os 18 con­ce­lhos e ele­gido mais um de­pu­tado, pas­sando a três – algo que não su­cedia há cerca de 30 anos. Para a DORP, o re­sul­tado al­can­çado pela CDU re­sulta em grande me­dida da «cam­panha de massas» re­a­li­zada e do en­vol­vi­mento dos can­di­datos e de «mi­lhares de mi­li­tantes e ac­ti­vistas do PCP, do PEV e da JCP, bem como de muitos ho­mens e mu­lheres sem par­tido» que nela par­ti­ci­param.

A DORP de­cidiu re­a­brir o ga­bi­nete dos de­pu­tados do PCP no dis­trito e re­a­lizar, até final do ano, vi­sitas, reu­niões e ses­sões pú­blicas nos 18 con­ce­lhos. Os eleitos co­mu­nistas apre­sen­tarão, logo que tomem posse, uma pro­posta para a re­versão do pro­cesso de pri­va­ti­zação do Metro do Porto e da STCP e já so­li­ci­taram uma reu­nião com a Ad­mi­nis­tração Re­gi­onal de Saúde para co­locar um con­junto de pre­o­cu­pa­ções e propor so­lu­ções.

Já a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Se­túbal saudou os «mais de 71 mil elei­tores da Pe­nín­sula de Se­túbal que con­fi­aram o seu voto à CDU» e ga­rantiu que os quatro de­pu­tados eleitos pela co­li­gação PCP-PEV «con­tarão sempre para der­rotar, uma a uma, as me­didas le­sivas dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País e para cons­truir uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda». A DORS des­taca ainda a cam­panha elei­toral re­a­li­zada pela CDU, que «in­cluiu grandes mo­mentos de mo­bi­li­zação po­pular», como a marcha e o co­mício re­a­li­zados a 26 de Se­tembro em Al­mada, que foram as mai­ores ini­ci­a­tivas de cam­panha elei­toral na re­gião nos úl­timos 25 anos.

Em San­tarém, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal re­a­lizou no do­mingo uma reu­nião aberta a ou­tros qua­dros do Par­tido, na qual se des­tacou o «claro pro­gresso elei­toral da CDU no dis­trito» e a «ex­pres­siva der­rota» da co­li­gação PSD/​CDS. Apesar da di­mi­nuição do nú­mero de vo­tantes (quase 10 mil) e de de­pu­tados eleitos por estes cír­culo elei­toral, a CDU au­mentou a sua vo­tação e voltou a eleger um de­pu­tado, An­tónio Fi­lipe. Já o PSD/​CDS perdeu mais de 37 mil votos e elegeu quatro de­pu­tados, face aos seis al­can­çados há quatro anos. A quebra ve­ri­fi­cada na sua massa elei­toral, de 14 por cento, foi su­pe­rior à média na­ci­onal.

Com­pro­missos para cum­prir

No Al­garve, a di­recção da or­ga­ni­zação re­gi­onal do Par­tido va­lo­rizou a con­so­li­dação da ex­pressão elei­toral da CDU na re­gião, a re­e­leição do de­pu­tado Paulo Sá e a con­tri­buição dada pela co­li­gação PCP-PEV para a der­rota do PSD e do CDS. Pas­sadas as elei­ções, o PCP vai re­tomar os en­con­tros, reu­niões e con­tactos com os tra­ba­lha­dores e suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas, au­tar­quias, as­so­ci­a­ções em­pre­sa­riais, cul­tu­rais e des­por­tivas e ou­tras es­tru­turas da re­gião.

Também em Braga, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do PCP des­taca o cres­ci­mento da CDU, pa­tente no au­mento do nú­mero de votos no dis­trito e em 11 dos 14 con­ce­lhos, no re­forço da sua ex­pressão elei­toral (pas­sando de 4,89 para 5,22 por cento) e na con­fir­mação da eleição de Carla Cruz. A es­tron­dosa der­rota dos par­tidos do Go­verno teve igual­mente uma ex­pressão con­si­de­rável na re­gião, com a perda de 30 mil votos e de um de­pu­tado.

Assim que tomar posse, a de­pu­tada do PCP apre­sen­tará um plano de emer­gência eco­nó­mica e so­cial para o dis­trito, um plano de in­ter­venção nos bairros so­ciais do Es­tado, a anu­lação da PPP no Hos­pital de S. Marcos/​Braga, a de­fesa do Gerês e das suas po­pu­la­ções, a re­so­lução do pro­blema da barra de Es­po­sende e do apoio aos pes­ca­dores e a va­lo­ri­zação dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores.

Mais 1364 votos do que em 2011 e uma maior ex­pressão elei­toral (de 6,22 para 7,03 por cento) são ele­mentos que so­bres­saem do re­sul­tado da CDU no dis­trito de Coimbra, o me­lhor desde 1987. Para a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do PCP, este re­sul­tado «não pode deixar de ser lido como um re­co­nhe­ci­mento da in­ter­venção, da acção e das pro­postas do PCP e dos seus ali­ados no dis­trito». Já o PSD e o CDS per­deram 21 mil votos e um de­pu­tado. Apesar de não ter eleito qual­quer de­pu­tado pelo cír­culo de Coimbra, o PCP ga­rante que con­ti­nuará – como até aqui – a levar à As­sem­bleia da Re­pú­blica os pro­blemas do dis­trito e a prestar contas desse tra­balho.

Mais votos, mais força

O me­lhor re­sul­tado desde 1987 foi igual­mente ob­tido pela CDU na Guarda, va­lo­riza a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do PCP, que re­alça o au­mento de votos apesar da quebra do nú­mero de elei­tores e do au­mento da abs­tenção. PSD e CDS per­deram perto de 30 por cento da sua massa elei­toral e o PS al­cançou um dos pi­ores re­sul­tados de sempre. Em Cas­telo Branco, a CDU também cresceu em votos e ex­pressão elei­toral. Em quatro anos, a massa elei­toral da CDU au­mentou mais de 16 por cento. Os 6,03 agora al­can­çados re­pre­sentam o me­lhor re­sul­tado em 28 anos.

O Se­cre­ta­riado da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Bra­gança do PCP con­si­dera que os re­sul­tados elei­to­rais no dis­trito re­pre­sentam, em pri­meiro lugar, uma «der­rota es­tron­dosa da po­lí­tica de di­reita», pa­tente na perda de 13 mil votos no PSD/​CDS. A CDU re­co­lheu mais votos do que em 2011, apesar do cres­ci­mento da abs­tenção e da di­mi­nuição do nú­mero de elei­tores. 




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